O leitor deve estar se perguntando, por que uma pessoa que não gosta de Carnaval, gosta logo dos desfiles? Por causa das alegorias. A cada ano os carnavalescos das escolas escolhem um enredo e trabalham o resto do ano no desenvolvimento dele, através de alegorias e sambas-enredo. Para um povo que não possui um grau de escolaridade alto em sua grande maioria, ver os desfiles das Escolas de Samba, seja pela televisão ou ao vivo, permite que este povo se eduque sobre determinado enredo (Quem não se lembra do Salgueiro e seu Ita para o Norte?!) e, melhor ainda, permite que haja o exercício do senso crítico artístico, seja através do julgamento do luxo das alegorias ou até mesmo sobre a interpretação sobre o enredo (Quem não se perguntou ao ver uma fantasia, uma ala ou até um carro alegórico, "o que isso tem a ver com o tema?").
Os desfiles das Escolas de Samba transformam o povo brasileiro em críticos de arte de primeira categoria, ainda que apenas durante os dias de folia.
Após este breve parágrafo sobre uma parte do Carnaval brasileiro devo voltar ao tema-título deste post: Alegorias. Como os carnavalesco das escolas outros artistas já se inspiraram para fazer alegorias sobre os mais diversos enredos. Essas alegorias permitiam que determinado povo se educasse sobre temas diferentes, sendo um dos mais prolíficos artistas Sandro Botticelli, pintor do Renascimento Italiano.
Detalhes sobre a vida dele ainda são obscuros, porém Botticelli é mais conhecido por sua obra-prima: O nascimento da Vênus. Para quem não se lembra é o quadro que retrata uma mulher nua em cima de uma concha, que bóia sobre a água, com cabelos esvoaçantes.
O artista possui diversas obras alegóricas, todavia a mais conhecida é a "Alegoria da Primavera", na qual o pintor retrata a deusa greco-romana Vênus e seus súditos e outros deuses num ambiente campestre cercado de árvores e flores o que remete o espectador da pintura a uma cena primaveril, ou seja, de encontro à noção de primavera que todos nós temos em nosso subconsciente.
A primavera, como estação do ano, representa para os povos do Hemisfério Norte o recomeço da vida, após o longo e tenebroso inverno que "matou" todas as flores e frutos dos campos. O quadro representa alegoricamente a vida, isto é, o renascimento da vida, através da deusa Flora que espalha flores pelo chão ao passar, através do Cupido a disparar suas flechadas formando um novo casal, através da dança das Três Graças que celebram este recomeço, através da deusa Vênus no centro do quadro emanando amor para os que a cercam.
Creio que a "Alegoria da Primavera" de Sandro de Botticelli tem o mesmo efeito para os eruditos e experts em História da Arte que o Carnaval e, em especial os desfiles das Escolas de Samba, tem para o povo brasileiro, educar sobre recomeço, sobre vida, através do Amor e da Arte. Afinal, quem nunca disse que o ano no Brasil só começa depois do Carnaval?
Obrigada! Até o próximo post!
A primavera, como estação do ano, representa para os povos do Hemisfério Norte o recomeço da vida, após o longo e tenebroso inverno que "matou" todas as flores e frutos dos campos. O quadro representa alegoricamente a vida, isto é, o renascimento da vida, através da deusa Flora que espalha flores pelo chão ao passar, através do Cupido a disparar suas flechadas formando um novo casal, através da dança das Três Graças que celebram este recomeço, através da deusa Vênus no centro do quadro emanando amor para os que a cercam.
Creio que a "Alegoria da Primavera" de Sandro de Botticelli tem o mesmo efeito para os eruditos e experts em História da Arte que o Carnaval e, em especial os desfiles das Escolas de Samba, tem para o povo brasileiro, educar sobre recomeço, sobre vida, através do Amor e da Arte. Afinal, quem nunca disse que o ano no Brasil só começa depois do Carnaval?
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